Conhecidas como “leis anti-Oruam”, essas iniciativas são inspiradas na popularidade do Rapper Oruam, filho de Marcinho VP, um dos líderes de uma facção cr!minosa do Rio de Janeiro. O objetivo dos projetos é evitar a promoção de mensagens que incentivem práticas ilegais, como o tráf!c0 de dr0g@s, especialmente em eventos financiados com recursos públicos. Em Goiânia, por exemplo, uma proposta já foi apresentada, a determinar que os contratos de shows incluam cláusulas que proíbem expressões que promovam o cr!me, com penalidades severas para os infratores.
O artista da Mainstreet Records, por sua vez, tem respondido a essas propostas de maneira contundente. No seu recente e primeiro álbum intitulado “Liberdade” (Homenagem ao seu pai que está preso há mais de uma década), lançado há 4 dias, o artista dedica a faixa “Lei Anti-Oruam” como uma resposta direta aos projetos de lei que visam restringir a sua atuação. Nas suas letras, Oruam reflete sobre a realidade das comunidades periféricas e critica o sistema que, segundo ele, falha em oferecer alternativas de educação e oportunidades, ao mesmo tempo que fornece @rm@s a jovens vulneráveis. O artista questiona a lógica de um sistema que prioriza a violência e o uso de @rm@s em detrimento do conhecimento, a abordar temas como a desigualdade social e a cr!minalização dos mais desfavorecidos.
“Terror do Estado… Tudo na vida são fases, por isso há ódi0 nas frases. Explica pra uma criança porque o sei herói vive dentro das grades… É que eu não era ruim, mas o mundo me fez assim… Remédio pra o otário é desprezo, julga mas não vé o mundo que eu vejo. O tráf!c0 está a virar desporto, o que falta é educação… Eles dão @rm@s pra nós depois perguntam porquê que somos bandid0s”, cantou Oruam em partes diferentes da sua música “Lei anti-Oruam”.
A reação do artista reforça a polêmica em torno das “leis anti-Oruam”, gerando um debate sobre a censura e a liberdade de expressão na música. Para muitos, as letras de Oruam e de outros artistas do gênero refletem uma realidade de opressão e exclusão social, que precisa ser entendida no contexto das condições de vida das populações marginalizadas. Oruam, nas suas músicas, desafia a visão convencional de que a arte deve ser um reflexo da moralidade imposta pelas elites, defendendo que a sua obra é uma forma de expressão genuína das dificuldades que enfrentam aqueles que vivem à margem da sociedade.
Ouça aqui “Lei Anti-Oruam”