Cypher RAProdutivo: com Ready Neutro, Kaminino, Khriz, Leonardo Freezy, Lil Drizzy e Lil Fox.

Tivemos contato nas ultimas semanas com o L.E.R., um Cypher com um conceito muito interessante e que com certeza muita gente vai gostar de ouvir.

Este Cypher teve as vozes de Kaminino, Khriz, Leonardo Freezy, Ready Neutro, Lil Drizzy e Lil Fox.

Os nomes citados, já carregam um certo peso na esfera do Rap angolano, exceto Kaminino que ainda trilha para alcançar seu espaço.

Emesse, Pithágoras beat e Ilus3 Morgsz são os nomes dos culpados pela instrumentalização que gira de modo egoísta a volta do Trap.

O ambiente da música é pesado por 2 motivos:

  1.  Pela sonoridade que os produtores deram aos beats que vão alterando ao longo da faixa, foram 3 vezes que o beat altera, pois, foram 3 produtores.
  2. Não foram só punchlines, os rappers procuraram colocar mais substância nos versos para que a música atravessasse tempos como o Wolwerine.

Na primeira parte, Kaminino e Khriz retrataram sobre onde vieram, de bairros violentos como é comum dos guetos angolanos.

A Khriz foi ainda mais longe, tocando em aspectos profundos da nossa sociedade apontando dedo a política angolana

Na segunda parte, vemos Lil Drizzy atirando contra os rappers linhas acompanhadas de um flow agressivo, ou seja, extremamente duro, como se tem dito.

Os versos de Leonardo Freezy têm um misto de sentimentos, ele toca de um modo profundo nos assuntos que sua caneta chega, isso é, sobre egotrip, sobre a experiência que sua família teve com o câncer e a política angolana.

Lil Fox fez uma reflexão sobre o estado social angolano, algo raro de acontecer, estamos habituados as rimas de ostentação do rapper da Young Family, especializados em exibicionismo e flows “sick”.

Ready Neutro, a voz da experiência, seu intro já diz tudo:

“Where do Carylson, epah, a idade está a pesar como contentor, não dá para falar mais de Rap. Vamos para Livros ponto com vamos discutir o país, isso é mais importante”

Ready Netro fez questão de finalizar o Cypher com chave de ouro, os seus trocadilhos não faltaram, mas os factos sociais da sociedade angolana foram dos tópicos mais tocados nos seus versos.

De uma forma geral, é um grande trabalho, desde o conceito Liberdade, Emancipação e Resiliência, passando pelos instrumentais, o vídeo e claro, os MCs que não deixaram de fazer o seu excelente trabalho de casa, com certeza é um dos melhores trabalhos de Rap feito em Angola no ano 2021.

Já ouviste o Cypher? Não deixe nos dizer o que achaste da obra.