Entrevista com Danny Blaq

1. Quem é Danny Blaq?

Danny: Danny Blaq é um Rapper/Artista, radicado na Província de Benguela, que já tem muitos anos de estrada na Cultura Hip Hop, é componente do grupo CMP, é membro da NO-DEPREC.

2. Como e porquê te tornaste Rapper/artista?

D: Foi tão fácil porque cresci vendo os meus irmãos mais velhos (Carlos e o Jojo) dançando break e funk nos anos 95, 96 e 97, com a evolução eles se tornaram B-Boys mesmo sem o assumirem como tal, tinham um grupo que já não consigo precisar o nome, eu, era o oposto deles, não sabia dançar por mais que tentasse Ahahahahahahahaha o Carlos começou a trazer cassetes e discos de Rappers Americanos (Mase, Tupac, Puff Daddy, LL Cool J, Notorius B.I.G, Nas e outros) ali foi a minha escapatória, encontrei algo que me identificasse, porque era bastante tímido e calmo naquela altura. Me tornei Rapper por culpa deles, me tornei Rapper porque do nada comecei a escrever as minhas letras e notei que conseguia expressar qualquer coisa e com sentido, emoções, situações que o meu bairro vivia, meus ganhos e perdas.

3. Quais são as tuas fontes de inspiração?

D: Tudo que vivo e acontece no mundo, dá-me mil motivos para desenvolver em música. A primeira vez que ouvi os álbuns “ILLMATIC” do Nas que tem sido a minha maior fonte de inspiração e consequentemente “ Shut Em Down” dos Onyx , desde então têm sido os maiores impulsionadores da minha da fonte.

4. Para quem não conhece o teu trabalho, podes citar algumas das tuas músicas ou participações de referência?

D: Aconselho-os a ouvirem “Ensino Paralelo” com a minha Crew CMP e também “Se eu fosse” com a minha Crew.

5. Fala-nos sobre o processo de escrita, construção e produção do projecto que vais lançar em breve?

D: O processo de escrita foi ao detalhe como me caracteriza, foi um desafio porque sempre estive com a minha Crew, não é que nunca tenha escrito um projecto à solo, já o fiz mais nunca os gravei, e por ser um projecto que está muito centrado em mim, tive de ser profundo, linguagem adulta, ágil e sobretudo mais comunicativo. A construção não foi fácil, é um projecto concebido no meu telemóvel Rrsrsrsrsrsrsrs com uma pitada do Cso, Rame, Vaguy e o Leile Carlos, a concepção de cada beat fui elevando o nível de escrita e percepção, com isso veio o título “ERUDITO”. A produção esteve a cargo de Leile Carlos nos beats, captação, mistura e masterização pelo Márcio Romão.

6. Os produtores musicais são extremamente importantes para se obter uma trabalho com qualidade, quais são os Produtores nacionais e internacionais que mais admiras? E quais trabalhaste com eles no teu projecto?

D: Bem, costumo dizer que são os gajos mais importantes dessa cena, por sem eles não teríamos música no seu todo, admiro muito o Boni Diferencial, DH, Leile Carlos, Márcio, quanto aos internacionais, Dr. Dre, Apollo Brown, Hit-Boy e outros. Trabalhei com o Márcio Romão pela Vero Moda Studio e o Leile Carlos pela Kavimusic.

7. Fazes parte de uma Label? Caso sim, fale um pouco sobre ela caso não, gostarias de fazer parte de uma?

D: Não faço parte de nenhuma Label, seria ouro sobre azul, porque sem Label quase tudo fica por minha conta, é praticamente nadar as escuras, era necessário ter o suporte gordo que uma Label deve proporcionar aos seus Artistas.

8. Fazendo uma análise breve, como é que achas que o movimento hip hop em Angola se encontra?

D: O movimento Hip Hop em Angola já foi mais hot, já tivemos uma era que uau era o boom, em fim, não que estejamos de todo mal, o navio ainda está a caminhar num porto seguro, porque os que vivem e defendem a Cultura Hip Hop ainda estão aqui, têm o conhecimento como arma secreta, jamais deixarão nas mãos dos que apenas banalizam.

9. O que que achas que está a faltar dentro do movimento hip hop nacional?

D: Falta o elemento empreendedorismo para catapultar essa Cultura para outro nível, porque ela também é uma máquina gerar receitas, acho que seria ideal o empresariado pegar nela e alavancar. Falta plataformas de streams capazes de gerar lucro com o nosso produto.

10. Como é o Danny Blaq quando não está a fazer música?

D: É o Daniel Sampaio, o Dani, Filho, Pai, Amigo e o Oficial de Justiça, sem descurar o vício do Rap e da Playstation Ahahahahahaha.

11. O que que podemos esperar do Carlitos ainda em 2021?

D: Podem esperar por mais trabalhos musicais, quer da minha autoria ou participações porque tenho muitos manos a trabalhar e os convites estão a fluir, vídeos clipes e depois do EP “Erudito” já estarei focado no meu 1º álbum.

Conheça mais sobre o trabalho de Danny Blaq nos links abaixo: