A música “Missa a Metade”, do Monsta, surge como uma análise crua e intensa sobre as dificuldades enfrentadas pelas classes sociais mais baixas. A faixa, que pertence ao álbum “Nada É Como Antes”, destaca-se pela forma com que aborda temas como pobreza, violência e a luta pela sobrevivência, em uma sociedade marcada pela desigualdade. A letra, rica em metáforas e crítica social, faz uma reflexão sobre a vida das pessoas que, muitas vezes, veem as suas esperanças e sonhos a serem comprados e vendidos pela sociedade e pela mídia, em um ciclo constante de exploração e desgaste emocional, trazendo um flow que prende os ouvintes.
O refrão da música, que repete a frase “Aqui é assim, pessoas vendem o corpo, vendem esperança, vendem dreams”, encapsula a ideia central da faixa: a venda de sonhos e da dignidade em troca de uma vida melhor. Monsta expõe como a busca por dinheiro fácil acaba por desfigurar a moral e os valores das pessoas, levando-as a caminhos perigosos, como o tráfico, prostituição e a criminalidade. A crítica não é apenas àqueles que se envolvem nesses meios, mas também à sociedade que permite, e até incentiva, essas práticas como forma de sobrevivência, em um cenário de extrema carência.
Na segunda parte da track, que já conta com quase meio milhão de viesmws, o Rapper aborda a dureza da vida de uma mãe que, apesar das dificuldades, continua a lutar pela sua família. A imagem da “cota” (avó ou mãe) que, apesar de ser vítima de um sistema desigual, nunca desiste de sustentar os seus e de dar-lhes o melhor possível, mesmo que isso signifique sacrificar-se constantemente. A história transmite dor e uma grande motivação, pois, apesar do esforço, o fim muitas vezes é trágico: um filho preso, outro perdido nas dificuldades da vida. “Missa a Metade” é um retrato da realidade de muitos, onde as promessas de uma vida melhor são apenas uma ilusão, e a luta pela sobrevivência, um processo sem fim.
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