Entrevista com Carylson Alberto

Primeiro desejamos saber, quem realmente é o Sr. Carylson Alberto?

Fora do canal RAProdutivo, sou como uma pessoa qualquer. Amante de Livros, Série, Filmes, Documentários, amo aprender e investigar muito. Dentro do canal RAProdutivo, sou o produtor executivo, director de arte, responsável pelo marketing, finalizando CEO e Fundador do canal.

O que te influenciou a se interessar, e trabalhar no Hip Hop?

O Hip Hop é maior que qualquer religião que existe no mundo. Cresci com muitas turbulências, e posso dizer que o Hip Hop me deu o que o mundo me negava. O Rap me salvou. A Música, pintura, a dança e a indumentária impulsionaram-me a ser quem sou hoje. Diferente das Religiões que pregam medo nas pessoas fazendo com que sigam ou interessam pelas escrituras, o Hip Hop nos transmite paz a este mundo liderado por sistema político que cria a guerra, logo a minha luta é maior.

Que influencia teve o tempo que você esteve como um dos principais editores do site Underground Lusófono na tua carreira dentro do Movimento Hip Hop?

Na minha vida, teve uma influência bastante positiva, pois se não tivesse passado no site Underground Lusófono, acredito que nem podia existir o canal RAProdutivo. Estimulou-me a fazer projectos e a contribuir da minha maneira.

Qual foi a principal causa de tu se afastares do Underground Lusófono?

Eu saí por causa de um suposto mal entendido.

Qual é a avaliação que tu fazes do teu próprio projeto “RAProdutivo” até agora, depois de alguns lançamentos?

R: Infelizmente não consigo fazer uma avaliação, porque estou do lado de dentro. Acredito que seja mais fácil fazer uma análise estando por fora.

Até onde tu queres chegar com este projeto ( RAProdutivo), e que influencia tu desejas criar no Hip Hop Lusófono?

O canal RAProdutivo está em fase de crescimento, e eu me preocupo em ter os projectos com qualidade. Haverá mais novidades em breve. Eu faço as coisas com sentimento. Sobre a influência, somos todos nós, pois influenciamos uns aos outros, mas uma das grandes influências é mostrar que podemos fazer projectos mais sérios e com enorme responsabilidade. Porque a educação não é uma linha de produção, é um acontecimento orgânico.

Recentemente o teu canal lançou um Cypher pouco comum, e com uma temática muito interativa socialmente, como é que tu sentes que o público, bloguers, e outras intervenientes no Movimento Hip Hop tem reagido a este Projeto?

É impossível agradar todo o mundo. Sinto um feedback muito interessante e o nosso público é muito RIJO, tem dado muitas forças mostrando que mesmo sem TV, sem promoção o Cypher é dos projectos mais impactantes que saiu este ano.

Como é que tu avalias o estado actual do Hip Hop Angolano?

Falar de Hip Hop seria com pouca argumentatividade, porque não e apenas Rap. Vou-me virar mais ao Rap e mesmo assim não te consigo responder com propriedades porque não tenho uma noção a nível nacional, mas partindo ao critério do que tem recebido destaque, eu vejo muitos lançamentos, muita produtividade, mas ainda assim considero uma fase muito fraca. Saiu agora o Cypher do canal RAProdutivo para ver se salvamos o Rap nacional.

Se tivesses o poder de mudar alguma coisa no Hip Hop feito em Angola o que tu mudarias?

Poder para mudar todos têm, e para mudar, eu prefiro mudar primeiro em mim e uma das coisas que eu tanto falo é que o BLOG seja adicionado nos grandes elementos da cultura e os blogueres sejam os praticantes, tal como os outros elementos e praticantes.

Qual é a avaliação que tu fazes do público angolano actualmente, relacionado a apreciação, consumo, e valorização do Hip Hop feito em Angola?

Não consigo fazer uma avaliação sobre a cultura Hip Hop como tal, porque os jovens actualmente consomem muito a música Rap, mas não conhecem a cultura Hip Hop, logo a minha avaliação dentro da música Rap é que eu sinto um público bastante dividido, há quem no Rap só procura Vibe, e há quem procura mais agressividade, é tudo uma questão de sentimento.

Sabemos que estiveste envolvido no projeto “A Denúncia” do jornalista Angolano Carlos Alberto durante um tempo, qual foi realmente a causa de te desvinculares deste projeto?

Eu saí do projecto A Denúncia por causa de conflitos internos. Problemas familiares e não só, e nada tem a ver com partidos políticos, o resto já e de conhecimento das pessoas.

Será que teve alguma influência nos teus trabalhos relacionados ao Hip Hop?

Não, não teve.

Que sugestões e conselhos tu deixas para os Bloguers, Promotores e Produtoras de Hip Hop?

Que sejam resilientes, que façam um trabalho mais profissional, prestarem bastante atenção aos títulos enganadores que muitas das vezes usam, e terem bastante cuidado ao escreverem determinas matérias. Os blogueres também influenciam muito na educação porque têm o poder da informação. Logo, devem ser mais cuidadosos. O resto o tempo é o melhor conselheiro.

Já vimos Extremo Signo, Kool Klever, Lil Drizzy e Ready Neutro nos teus projetos, podemos esperar mais surpresas de peso nos futuros lançamentos do canal “RAProdutivo”?

De peso? Para mim todo o artista convidado por mim é pesado, não importa a popularidade do artista. Eu antes de lançar o Cypher cheguei a pronunciar-me publicamente sobre o Kaminino ser dos emcees mais pesados da nova geração e ninguém o conhecia. Resumindo, sim tem muito projecto em carteira.

Para terminar gostaríamos de saber, quais são as tuas maiores referências no Hip Hop Lusófono?

Confesso que as minhas maiores referências, estão mais viradas ao Rap. Dou-me muito bem e gosto muito do Emicida, Rashid, Valete, Sam The Kid, Slow J, Azagaia, e todos que já participaram no canal RAProdutivo, etc… em termos de canal Canal, gosto muito do trabalho do Leo Casa, responsável pelo canal Rap Box.

Para quem ainda não viu o  novo Cypher do RAProdutivo, veja abaixo.