Entrevista com Steezy Walker

O Portal GRANDAMAMBO entrevistou Steezy Walker, um jovem trapper moçambicano que tem lutado para conquistar o seu espaço no mercado.

1. Quem é Steezy Walker, de onde surgiu o nome?

Steezy Walker é um Trapper calmo e sonhador, hehehe é engraçado um dia acordei olhei para o espelho e disse de agora em diante você é Steezy Walker, um tempo depois relacionei o nome comigo e vi que fazia sentido, afinal de contas eu sou um “Hustler” sempre estive na correria em busca do que é meu.

2. Podes citar algumas das tuas principais músicas, participações e projecctos de referência?

As principais músicas que fizeram o Steezy Walker foram “666” que é uma das minhas melhores trap’s a nível de sentimento (entrega emocional), estética tipo yah é uma onda divina muito melancólica, a música que definiu-me como trapper for real, “Tua Bitch Partilho com a gang” que é um trap duro eu lhe chamo “Trap Bruto” meu people que diz que é a melhor Trap Groove e que originou a nova tendência e estética de Trap cá no meu país, e Por último “Cypher Gajas” do DJ Pyto e Bander a nível de exposição, falando de projectos Tenho “Preto como Alcatrão” que foi um projeto que surgiu numa fase Dark da minha vida, aquilo era um desabafo numa fase de medos e decisões, na época que decidi parar a minha universidade, e “Cavalo de Tróia” que não foge muito da primeira compilação só que já num outro nível, falo de posicionamento.

3. Como, quando e porquê começaste a cantar e te interessaste pelo Rap / música?

Eu costumo dizer que o “Rap foi meu primeiro amor”! pois antes do rap não lembro de ter amado um esporte ou arte do jeito que amei isto, eu sou uma pessoa muito fechada e precisava de uma forma de me expressar, libertar algumas coisas que não tenho coragem de falar à alguém, e o rap ajudou-me a tirar essas coisas para fora ajudou me a ser eu, já tive vários hobbies, mas com o Rap foi diferente, foi tipo eu gosto disto eu quero fazer e viver isto até os últimos dias da minha vida “Música para mim é saúde” é vida e tudo mais.

4. Fale-nos do processo criativo, composição, gravação e produção musical?

Essa parte é interessante, o meu produtor O Papy On Tha Track põe a instrumental, eu somente sigo a onda é uma coisa divina eu não sei explicar, é como se eu já soubesse o que falar e como encaixar na instrumental, eu não escrevo, somente sigo o sentimento da batida, as vezes o Papy a iniciar a produção eu digo a ele o seguinte “essa batida é minha e vamos falar disto porque eu estou nesse estado de espírito”, minhas músicas são espirituais tu não precisas entender tu precisas sentir e ela vai levar te até onde tu quiseres chegar.

5. Fazendo uma breve análise, como achas que o hip hop em Moçambique se encontra? Quais são as principais dificuldades?

Estamos a entrar numa nova era, tudo ainda é novo para nós, o Hip-Hop é um dos ritmos mais consumidos embora estejamos numa fase embrionária ainda podemos melhorar, estamos aí a seguir o tal dito processo, Meu povo ainda prefere conteúdos cómicos e dançantes o que é justo uma vez que somos Africanos e os nossos ancestrais foram escravizados é justo que o povo queira somente sorrir e dançar, eu entendo, aos poucos eles vão entendendo essa nova dinâmica musical que já está acontecer porém ainda precisamos de mais exposição, não diria dificuldade o pessoal está a aceitar embora o processo ainda esteja lento mas estamos a passos de criar uma indústria, algo que ainda não temos, quando falo de indústria falo de meios sustentáveis que facilitem a vida de um artista, meios rápidos que permitam que o artista esteja estabilizado em pouco tempo, precisamos que a internet faça parte do dia a dia de todo Moçambicano pois é lá onde temos o maior controle e nos sentimos Deuses.

6. Qual é o teu auge a atingir como artista/rapper?

Tournées Mundiais eu quero poder fazer isto o tempo inteiro sem me preocupar com nada.

7. Os produtores musicais são extremamente importantes para se obter uma trabalho com qualidade, quais são os Produtores nacionais e internacionais que mais admiras?

Nacional é o Papy On Tha Track, dinâmica flexibilidade poxa Papy é mesmo “Foda”.

“Eu passei muito tempo a cantar por cima de batidas da net porque ainda não havia conhecido um produtor que me fizesse sentir um Trapper completo, O Papy deu me isso fez me perceber que já não precisava mais de instrumentais da net pois ele tem tudo que eu precisava no produtor a melancolia que ele trás a cada melodia é divina.”

E o Ell Puto nunca colaborei com ele mas sinto a energia dele a distância, gosto do posicionamento dele.

Internacionais : Gaia Beat, Metro Boomin, Eyb on Tha Track, Benihana, CashMoneyAP, Spaced Time, Pacífic, OH BOY, Travis Scott, Kanye West e Pluto.

8. Estudas? Trabalhas? Como é que consegues conciliar a carreira musical com as demais actividades?

Não estudo, Trabalho sim “Trap é meu negócio”.

9. Quem é você quando não está a fazer música?

Quando estou sozinho ou com a fam, eu sou o Daniel, filho do Tio Danny, mais calmo ainda, um jovem normal e compreensível.

10. O que que podemos esperar do Steezy Walker ainda esse ano de 2022?

Vem aí mais uma compilação “Moon” que sairá assim que a lua estiver Cheia é a única novidade que posso deixar por agora mais vem muita coisa. E muito mais novidades boas.