Entrevista com a dupla Hilton Lil Beatz

Hilton Lil Beatz, é uma dupla de Beatmakers angolana composta por “Hilton Beatz” e Lil Drake Beatz”, deram uma entrevista textual ao Grandamambo, confira as respostas!

GM: Como surgiu a dupla Hilton Lil Beatz ?

Hilton: A dupla Hilton Lil Beatz surgiu após eu ter mostrado o Fl Studio ao Lil Drake e explicado a ele como tudo funcionava para ter um produto final que é um beat de qualidade. Reconheci talento nele logo à primeira em termos de criatividade apesar do pouco domínio que ele tinha na altura sobre as ferramentas do Fl Studio. Pensei logo que juntos podíamos fazer algo diferente até porque dizem sempre que “a união faz a força” e essa união nos tornou mais fortes pela nossa distinção na forma de pensar, tal como acontece às vezes, eu ficar sem ideias sobre o que acrescentar num beat e ele surgir com uma a partir do ponto onde parei, e vice-versa. Portanto no final das contas eu acho que é algo que já estava destinado (risos).

GM: Para quem não conhece a dupla podem citar algumas das vossas produções?

Lil Drake: Para quem não conhece a dupla temos no mercado nacional produções como: “Mobbers – Palpitar” ; “Uami Ndongadas ft Xuxu Bower – Ker Fofar” ; “Carla Prata – Minha” ; “Deksz ft Mobbers – Minha Fam” e muitas outras que se encontram disponíveis para ouvir e baixar nas mais diversas plataformas digitais.

GM: Sabemos que são uma dupla, o que faz o Hilton e o que faz o Lil Drake?

Lil: Bem, as nossas tarefas não são de todo previamente definidas. É mais comum eu criar, instrumentalizar e montar os beats e o Hilton mixar e masterizá-los, mas isso atendendo as habilidades de cada um de nós. Somos capazes de exercer as mesmas tarefas de igual modo sem complicações embora com precisão diferente por cada um ser mais habilidoso que o outro em cada fase da produção.

GM: Sabemos que não moram juntos, então, como fazem para a construção dos vossos Beats e o que é indispensável para a construção dos mesmos?

Hilton: Quanto ao facto de não morarmos juntos, é mais complicado agora. Fomos vizinhos durante mais de 10 anos e isso facilitava mais o nosso trabalho, agora nos reunimos menos, mas com as redes sociais e tudo mais, é possível manter a nossa união e efectividade em alta. No que concerne ao que não pode faltar na criação dos nossos beats eu penso que é a originalidade. Algo que nos caracteriza é a utilização de melodias e instrumentos que raramente são utilizados pelos produtores nacionais e além disso também as fusões de estilos, podemos estar a produzir um instrumental de rap mas é indispensável que se acrescente um instrumento de jazz por exemplo.

GM: Notamos que são muito talentosos e que conseguem alcançar artistas conhecidos da nossa praça, é difícil fazer os Beats chegarem até os artistas conhecidos ?

Lil: Claro que um dia já foi, mas com o passar do tempo as portas foram se abrindo para nós. A cada trabalho feito as pessoas foram se rendendo a qualidade e diversificação que procuramos trazer e as horas de dedicação e trabalho que injetamos diariamente na produção possibilitaram-nos conquistar o nosso espaço no mercado paulatinamente. Nos dias de hoje graças à Deus atingimos um nível em que somos procurados e solicitados pelos grandes talentos da nossa praça, o que facilita muito mais a nossa expansão.

GM: Como vocês acham que está o mercado angolano em termos de venda de Beats?

Hilton: Eu vejo que já há uma melhoria no mercado angolano quanto a venda de beats para os produtores mais consagrados, para os produtores da nova era ainda há muito em que se trabalhar porque muitos dos cantores chegam a aproveitar-se do talento e criatividade de muitos jovens da nova era por não serem totalmente apoiados pelo ministério da cultura. Enquanto não se resolverem definitivamente os conflitos de direitos autorais no país não teremos produtores da nova era a usufruírem dos frutos dos seus trabalhos como realmente merecem, precisamos disso. Precisamos de plataformas de stream nacionais porque nas plataformas internacionais o pagamento das subscrições são feitos através do VISA e outros meios que no nosso país são difíceis de se adquirir.

GM: A Dupla já consegue vender beats?

Lil: Sim, já conseguimos vender beats, mas de quando em vez disponibilizamos beats gratuitos nas redes sociais como forma de agradecimento aos que acompanham a nossa evolução ou mesmo como estratégia de marketing.

GM: Sabemos que o Beat Palpitar do grupo conceituado de Rap, Mobbers foi feito por vocês, como foi o processo de construção deste beat e como chegou até os Mobbers?

Lil: A ideia inicial do beat do Palpitar surgiu por parte de mim. Comecei a produzi-lo na marquise de casa e no princípio não estava a agradar-me de todo, mas ao ver a minha mãe balançar a cabeça enquanto cozinhava e acompanhava a criação do mesmo resolvi pedir a opinião dela e ela aconselhou-me para que não apagasse-o, que com o adicionar dos outros instrumentos soaria bem melhor. Realmente conselho de mãe é conselho de Deus. Depois de terminado enviamos o beat ao Fredh Perry que algum tempo depois acabou por ligar ao Hilton à meio da madrugada dizendo que havíamos acabado de produzir um hit para os Mobbers e jurando que a música seria o hit que é hoje.

GM: O que que a dupla preparou para este ano de 2020?

Lil: Para 2020 temos preparado uma nova sonoridade, uma dupla Hilton Lil Beatz mais afirmada ainda no mercado angolano e ao mesmo tempo uma dupla Hilton Lil Beatz inserida nos mais diversos mercados de música internacionais, trabalhando cada vez mais, trazendo coisas novas mas sem perder a originalidade e versatilidade que nos definem.

Conheça mais sobre a dupla Hilton Lil Beatz nos links abaixo:

https://youtu.be/hvQSRwo5UD8