O GRANDAMAMBO entrevistou Alsum B, um rapper angolano que tem investindo pesado para conquistar o reconhecimento que merece no mercado.
1. Quem é Alsum B? Como surgiu o teu nome artístico?
O Alsum é a esperança do porvir. O meu nome é de família, parte da raiz, do meu velho. Meus irmãos também são todos ” Alsum “.
O B é de Boy e de Babe.
2. Como, quando e porquê começaste a cantar e te interessaste pela música?
Toda minha família nuclear pertence a grupos de louvores, então a música não é uma arte que podia viver distante de mim. Cantava desde miúdo na Igreja, o rap aflorou no meio disso, primeiro como apreciador desde o tempo do colégio, depois as rimas vieram com o tempo ainda no colégio, já éramos um grupo que evoluiu pra outro, com os mesmos niggas, a penas reduzimos o número de acordo as energias, nunca antes tinha entrado no estúdio, o mo nigga VaGha-Dji foi o primeiro, isso ainda em 2013, o resto é história.
3. Podes citar algumas das tuas principais músicas e participações de referência?
Participações tenho pouquíssimas, excepto com o meu gang, como podes ver na Defesa foram 10 faixas a solo, embora de forma não propositada. Minha música é referência pra quem se predispõe a ouvir.
4. Fale-nos do processo criativo, composição e gravação do LP “Defesa do Réu Ausente”?
Confesso, Defesa do Réu Ausente é uma história boa pra ser contada, porém eu fui agraciado pela criatividade e de forma natural assim como foi todo processo criativo, o projecto foi resumido na faixa inicial ” Novo Intro ” que existiu depois de eu ter fechado o projecto, assim como outras coisas que existiram e aconteceram que um dia poderemos contar.
O projecto foi pensado em 1 dia, foi escrito em 3 dias, e gravado em 3 dias, essa é a concepção inicial, o Novo Intro revela todos outros detalhes, o projecto servia e serve de abertura para o que vem aí, é uma espécie de aperitivo, entretanto ficou tão bom que tornaram-no prato principal.
5. Os produtores musicais são extremamente importantes para se obter uma trabalho com qualidade, quais são os Produtores nacionais e internacionais que mais admiras?
NXU, Rodrake, Boy Nigga DJ Liu One, gosto de como o Weezy Baby faz as cenas.
Metro Boomim, Maradox Primeiro, Guetho Ace, Madkutz, Ye, DJ Drama, Zaytoven
OBS: precisamos conhecer mais beatmakers nacionais, entrem em contacto.
6. O que que achas que está a faltar dentro do mercado musical em Angola?
Mais abertura, desconstruirmos todo padrão concentração da cena da música, o país nunca conheceu a sua real capacidade em termos artísticos e musicais, Luanda concentra tudo, engole tudo, são 18 províncias, há niggas fobados e f#didos com capacidades inimagináveis em vários cantos desse país, a nossa cena musical já estaria num level considerável no mundo se houvesse aberturas, é só olharmos para nossa diversidade cultural, pra não falar de cenas mais pesadas e sérias ligadas à valorização do artista.
7. Qual é o teu auge a atingir como artista musical?
Angola inteira é muito pequena eu quero o mundo, eu quero o esperm# em todo lado ”
ALSUM B in ” SE ME VERES TCHILL”.
8. Acompanham o Hip-Hop / R&B feito noutros países da CPLP? Caso sim. Que artistas é que vocês levam como referência / inspiração?
GSG MUSIC, FORÇA SUPREMA e HALLOWEEN.
9. Há um velho ditado que diz que “devemos aprender com os erros dos outros” Quais foram os principais erros que foram cometidos no princípio?
O único erro cometido por nós foi ter deixado o circo de palhaços demorar por mais tempo.
10. Fazes parte de uma Label? Caso sim, fale um pouco sobre ela caso não, gostarias de fazer parte de uma?
GUARANY STREET GANG deu origem a sigla GSG e mais tarde MUSIC por estar associada a música, temos todos ligações desde a infância, somos um grupo desde 2013 somos 7 niggas: GG, VaGha-Dji, SânioGsg, Mon7, BBzy26, Dio DioGsg, Alsum B, somos todos de Cabinda, mas estamos presentes, em Luanda, Benguela e Cabinda ao mesmo tempo.
Temos a MATANGA70 ” MTG70 ” criada pela GSG é composta pelos niggas da GSG e todo batalhão que nos acompanha, exclusivamente os nossos amigos e fãs.
11. Estudas? Trabalhas? Como é que consegues conciliar a carreira musical com as demais actividades?
Conciliar as cenas ainda é um pouquinho fácil pra mim devido a minha organização, sou bastante criativo e produtivo tanto no processo de escrita como no processo de gravação. Sou finalista do curso de Engenharia do Ambiente.
12. Quem é o Alsum B quando não está a fazer música?
Alsum é um jovem que gosta de ficar em casa, no seu quarto, no seu mundo. Sou um eterno aprendiz.
13. O que que podemos esperar do Alsum B ainda esse ano de 2023?
Não existe o Alsum B sem a GSG Music funcionamos como um todo, o movimento é único, fiquem atento nas nossas páginas, nos nossos canais do YouTube, esse ano vai ser muito longo, longo de mais, o que mais temos é música e não são só músicas, são projectos, conceitos super interessantes, temos MIXTAPE’s individuais a serem finalizadas ao detalhe, além dos projectos em grupo em fase de gravação… acreditam vocês nunca viram a GSG Music, Força Suprema já deu e continua dar e as ruas agradecem, agora é a nossa vez de mostrar que aprendemos com os melhores e lembrem-se enquanto a Força é Suprema GSG Music é 70
Ouçam a Defesa do Réu Ausente no YouTube, tem vários vídeos, tá super interessante lá, a vista é muito ruim de longe, talvez piore de perto.